segunda-feira, 20 de abril de 2015

#BostonStrong: Boston é para os fortes

Era a primeira segunda-feira de uma semana profissional intensa e desafiadora. Estava assumindo interinamente naqueles próximos 5 dias, as entrevistas AO VIVO, do jornal onde trabalho. Nas pautas já agendadas, só para aquela segunda, já tínhamos ameaças nucleares da Coreia do Norte e julgamento do massacre do Carandiru. Para o resto da semana, debate sobre casamento gay e entrevista sobre vacina de hpv. Era muita coisa pra mim, encarar o vídeo assim, ao vivo, todo dia, tão intensamente.

E logo no primeiro dia daquela semana, a pauta já saiu do script, como sempre é no jornalismo. 

Enquanto conversava ao vivo com a repórter que cobria o julgamento do Carandiru, vi com o canto do olho, no televisor que fica no estúdio, uma imagem confusa da linha de chegada de uma corrida. 

Enquanto terminava a entrevista, checava no site o que estava acontecendo. "Explosão". "Boston". "Maratona". 

Mas numa corrida? E uma corrida de segunda-feira? O que estava acontecendo? Um acidente? Gás?

Mas confirmou-se a pior hipótese: terrorismo. Mortos, feridos graves, cidade paralisada para a caça aos suspeitos, prisões espetaculares. E no fim, medo. 

Uma das minhas primeiras entrevistas ao vivo... dá pra notar o nervosismo?

Jamais podia imaginar que algo assim pudesse acontecer numa corrida de rua. Quem já foi, sabe. A corrida é lugar de descontração. Felicidade por completar um desafio. Alegria pela superação de um recorde, confraternização com pessoas que levam o mesmo estilo de vida que você é que têm a mesma paixão: correr. 

E a linha de chegada é ainda mais do que isso: é o lugar onde o corredor está no auge da sua endorfina, onde comemora o fim do desafio e em alguns casos recebe o apoio e o carinho de seus amigos e familiares. 

Mas Boston é mais. Os corredores fizeram pulsar uma energia incrível de superação. Não, o medo não vai vender aqui na nossa pista, essa foi a mensagem que todos deixaram ali, depois daquela tragédia.

A maratona de Boston 2015 acontece nesta segunda-feira, 20/04, num dia bem gelado pelo que vejo na TV (a corrida está sendo exibida no canal Bandsports). Pra quem não sabe, ela é a principal maratona dos EUA (não é a de NY, não). É a segunda maratona mais antiga da história! A primeira edição foi em 1897.

Essa foto chamou atenção em janeiro de 2015: no meio de uma mega-nevasca, um rapaz saiu à rua para limpar a neve que cobria a linha de chegada da maratona - tudo porque a Maratona de Boston exige respeito.


Estar em Boston, correr em Boston é para poucos guerreiros e guerreiras. É para os fortes. Por isso o slogan que persistirá.

#BostonStrong 

domingo, 19 de abril de 2015

Aos 16... aos 33.

Admitir sucessos nunca foi uma tarefa fácil.

Culpa em parte de uma infância e adolescência de baixa auto-estima. O quadro nunca foi grave. Nunca tive problemas sérios de peso, mas quando se tem 16 anos, qualquer celulite e estria parecem ser o atestado de que você nunca será uma pessoa bonita e/ou interessante no quesito visual.

E esse tipo de pensamento se infiltra em outras áreas da sua personalidade, família, relacionamentos, carreira, estética.

Ele faz parte de um processo que sempre me levou para o excesso de modéstia e humildade. Eu sei das minhas qualidades, sei das minhas conquistas, mas comemorá-las publicamente, até para efeito de um saudável marketing pessoal, nunca foi meu forte.

Mas conquistas existem, e merecem ser celebradas.

Aquela menina de 16 anos, que chorava no quarto por causa de uma estria, não imaginava que estaria 17 anos depois casada, com uma família linda, uma carreira e 21 km no currículo de corredora. (Até porque aquela menina nem pensava muito nessa história de corrida).

Mas enfim, Fast Foward, 2015, Duas filhas depois e cá estou eu correndo. Mais saudável e, felizmente, menos modesta. Pesando menos do que na adolescência correndo de tênis e sainha (!) e... olha que ironia, vestindo uma regata (de ótima qualidade) que eu comprei e tinha vergonha de usar aos 16 anos.


Obrigada, tempo.



domingo, 5 de abril de 2015

Gravidez: duas experiências, o mesmo peso perdido

Hoje o Facebook me lembrou de um post que fiz em 2013 comemorando a volta ao meu peso anterior à minha primeira gravidez. 

Fiz uma conta. 

Foram 2 anos e 3 meses para "recuperar" o meu corpo depois da minha primeira filha. 

Com a segunda, fiz diferente. 

E o resultado veio exatamente 9 meses depois. O mesmo peso de antes. 

Nos dois casos engordei cerca de 21 kg. No final das duas gravidezes até parei de me pesar porque fiquei chateada por engordar tanto. 

Mas foi um momento. Agora estou em outro. Bem mais magro.  

Meu marido disse que na segunda vez fui mais "radical". Acho que ele tem razão. Mas não foi só isso, não. 

Da primeira vez, tudo era culpa. Culpa de errar com a bebê. Culpa de ficar longe dela para ir pra academia. Culpa de me colocar em primeiro lugar em certos momentos. Culpa por tudo. 

E culpa engorda. Ou, nesse caso, impede de emagrecer. 

Da segunda vez, decidi me punir menos. Mesmo com duas crianças, me permiti errar. Nem todo resfriado delas é culpa minha. E elas não precisam ficar grudadas em mim durante 100% do meu tempo livre para eu provar a elas que as amo. 

Então engoli menos culpa. 

E também corri mais. Muito mais do que já tinha corrido na vida. 

Estipulei a meta dos 21 km. Um pouco para perder peso, mas principalmente por gostar de correr. Eu queria correr. Queria me dedicar à corrida aquele meu tempo que seria só pra mim, esse era o foco. 

Não diria que foi um radicalismo. Até porque não treinava tantas vezes na semana quanto deveria para uma prova de 21 km. Eram 3 vezes e olhe lá. Mas tinham os longos, de 12, 13, 15 km. Aqueles em que você já está cansada no km 3 e não tem desculpa, tem que continuar. Tem que se empurrar. Empurra e vai. 

E foi. 21kg a menos - correndo e engolindo menos culpa. 

Ninguém precisa se cobrar de perder peso rapidamente após a gravidez. Especialmente depois da primeira, quando você tem que lidar com tanta novidade e com uma outra você. 

Mas só considere que com menos culpa e mais corrida, esse período pós-filho pode se tornar bem mais agradável. E com um resultado mais saudável. 


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Desafio concluído. E agora?

Sou uma pessoa que se motiva com projetos de médio e longo prazo: minhas próximas férias, a festa de aniversário da minha filha, a compra de um carro. E sempre que concluo um, bate uma pontinha de tristeza porque aquela espera, aquela preparação acabou.

Depois de um ano, corri minha primeira meia maratona na Disney, a Princess Half Marathon. Fio uma das coisas mais legais que eu já fiz por mim. Já faz mais de um mês, saí de férias, voltei a trabalhar e ainda não recuperei o ritmo.

Em parte de propósito. Isso porque eu decidi que depois dos 21 km, eu queria desacelerar. Queria mais tempo para descansar, para cuidar da casa, das meninas, do marido, e até do cabelo, sabe? Tomei essa decisão num dia que voltei do longão. Estava feliz, com endorfina rolando solta. Mas ao mesmo tempo cansada e, pra piorar, ferida. Coloquei os documentos dentro da calça para correr e fiz um machucado horrível. Além disso, estava com assaduras embaixo dos seios e uma unha do pé totalmente preta, quase caindo... consequências da corrida, faz parte.

Mas aí me vi machucada e pensei: vamos diminuir isso aí. É pra você se sentir bem e bonita, e não assada e ferida.

Refleti muito e pensei: vamos mudar um pouco. Reduza a carga da corrida e se dedique mais à musculação. Eu estou magra, mas muito mole. E sem pegar peso isso não vai mudar. Para não se cansar tanto, nem precisar dedicar tantos dias aos treinos, escolha outra meta: que tal 10 km em menos de uma hora. É factível e não vai tomar tanto tempo e precisar de tanta logística.

Então ficamos assim: desacelerar pra curtir outros aspectos da vida, nem que seja um tempinho pra ir na manicure de vez em quando.

decisão sensata

















Buuuuuuut...

Hoje de manhã eu vi isso: W21K

COMO LIDAR?

Como lidar com essa paquitagem, com esse kit pink, com esse percurso lindo, com tantos elogios da mulherada que foi no ano passado, com o desafio de fazer 21 km correndo "de verdade" (pq na Princess Half era parar a cada 15 minutos pra tirar 500 mil fotos), com o preço camarada da inscrição, com o fato de que há tempo hábil para treinar com calma?

COMO LIDAR?
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