terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eco Run 2014 - de volta aos 5 km!

A data não poderia ter sido mas acertada: 28/09/2014

Exatamente um ano antes, eu fazia minha última corrida de rua antes de descobrir que estava grávida. Foram 5 km na Fila Night Race 2013 numa noite garoenta na véspera do meu aniversário de 32 anos. Meu marido chegou a levar minha filha para que ela finalmente me visse correndo mas a garoa fez a gente mudar os planos. Fiz um bom tempo (para o meu pace de pangaré) mas mesmo assim me senti extremamente cansada... Era aquela sementinha que já estava crescendo dentro de mim.


Aperta o FF

E cá estamos nós de novo - agora a corrida é o Circuito Eco Run 2014, no Jockey Club de SP, meus primeiros 5 km em um ano. Meus primeiros 5 km depois que eu me tornei mãe de duas princesas! Minha segunda filha chegou aos 4 meses enquanto eu voltava a correr na rua.

Voltei a treinar desde meados de julho e tive alguns probleminhas. Nessa última semana cheguei a ir ao ortopedista por conta de uma dor no pé, que por sorte era apenas muscular. Então tomei ibuprofeno e investi no salompas pra aguentar o tranco.

Além da recuperação física precisei me dedicar a ainda outros detalhes. A diferença na logística agora para participar de uma prova é tremenda, já que preciso me programar para dar de mamar antes de sair e então tenho que voltar correndo para amamentar a baby de novo (ela ainda não mama na mamadeira).

Chegando lá conheci uma mulher que, do alto de seus mais de 50 anos (que não pareciam), me disse que já correu 6 São Silvestres e me incentivou ¨correr é muito bom e os benefícios você vai ver principalmente quando ficar mais velha¨.

Mais tarde, eu e minha parceira Cara - minha amiga de colégio que começou a correr depois de mim e já tem duas meia-maratonas no currículo - nos juntamos a milhares de camisas vermelhas para suar nas ruas do Butantã (pertinho de casa). Ela fez 10 km, eu 5. Fomos correndo e conversando até mais ou menos a metade do meu percurso, quando chegou a hora de nos separarmos. Ela gritou que estava com inveja de mim (porque meu percurso estava acabando) e eu respondi que inveja eu tinha era dela, que estava prestes a pôr mais 10 km na conta dela.



Fui correr tranquila e satisfeita. Não fui fazer tempo, fui curtir o percurso, a multidão correndo junta, a corrida de rua. Sem pressa de terminar para poder desfrutar daquele momento que por tantos meses eu sonhei em viver de novo. Não pensei nos perrengues, só em respirar, em não caminhar, em não parar.

Foi demais.

E saí dali com a certeza de que não quero parar.

Foto Ativo.com (Sério, sair bem em foto de corrida
é um dom que eu não possuo, mas não desisto nunca)
Então recomeçamos assim: 5 km - check!

sábado, 6 de setembro de 2014

Mãe de legging X mãe de moletom

Esses dias me peguei pensando em quão sortuda eu sou por ter duas meninas lindas e saudáveis. Minhas filhas são meus bens mais preciosos e eu faço tudo o que for preciso por elas. Elas são a minha felicidade. 

Mas além de cuidar da minha família, que é a coisa mais importante do mundo pra mim, eu também preciso cuidar de mim. Equacionar esse tempo que precisamos tirar para nós mesmas é um dos maiores desafios da mãe moderna em termos de logística, sanidade e culpa. 

Mães recentes sabem que culpa se torna nosso nome do meio por um bom tempo. Tudo que os filhos passam de ruim nós achamos que a culpa foi nossa. Se ficamos perto e os mimamos somos culpadas, se ficamos longe deles ficamos é com o coração apertado. 

Após a minha primeira gravidez eu quase não conseguia fazer nada sozinha. Não conseguia achar um tempo pra mim. Demorei muito para voltar a correr. A sensação é de que aquele serzinho não vai conseguir sobreviver sem a sua presença. E que ninguém mais vai dar conta do choro dele além de você. 

Para quem tem a sorte de amamentar o bebê exclusivamente com o leite do peito, existe ainda a quase obrigatoriedade de estar sempre perto da criança. Já que ela literalmente precisa de você para se alimentar. 

Por isso é muito fácil se tornar o que eu chamo de mãe de moletom. É a mulher não consegue achar um tempo pra ela. A loucura com os filhos é tanta que não sobra tempo para cuidar do corpo e nem das suas roupas. Enfim, da auto-estima. Se o emagrecimento não vem, também não vem a vontade de usar roupas bonitas e então é só jogar o moletom largo por cima. Quem nunca criticou?

Pois é, eu critiquei. Mas confesso que apesar de todas as minhas expectativas para voltar às atividades após a segunda gravidez, vez ou outra eu me pego sendo uma mãe de moletom. A correria do dia a dia não nos deixa tempo para a academia, para arrumar o cabelo , para se vestir direito. E então você se vê levando os filhos na escola de calça jeans semi-baggy ( acima de 30 entenderão), moletom e de crocs. 

Quedê dignidade, né?!

Daí que eu entendi essas mulheres e seus moletons, mas também outras. Aquelas mulheres que eu sempre julguei em silêncio: mães do meu condomínio que eu sempre via vestindo roupa de academia, não importava a hora do dia. Algumas são donas de casa e é fácil criticar : "nossa, já não trabalha fora e ainda por cima só vive na academia!"

Pois agora eu vou explicar quem são essas mães de legging: mulheres que se desdobram em mil para cuidar da casa, do marido, dos filhos, de si mesma e que estão sempre de legging para aproveitar nem que seja 30 minutos de intervalo do seu dia para correr para a academia e pensar na própria saúde e na auto-estima. 


Parece fácil, mas eu estou sentindo na pele que ser mãe de legging é um desafio danado. 

O dia que eu planejava usar para fazer tantas coisas durante a licença-maternidade simplesmente voa e me dedicar à corrida é uma dureza. Eu praticamente só consigo se tenho ajuda em casa e da família. Como eu não posso ficar muitos dias sem treinar, tive que recorrer a levar a bebê pra academia algumas vezes. O treino foi feito pela metade mas pelo menos minha anjinha colaborou bastante. 


Se está difícil agora, já me da calafrios pensar em como eu vou ajustar meus horários quando voltar ao trabalho! Haja logística. 

Apesar de toda a dificuldade eu não quero e não vou abandonar a corrida. Ela faz tão bem pra mim que eu tenho certeza que isso se reflete nos meus relacionamentos e faz de mim uma pessoa melhor. É o que chamam de runtherapy, eu acho. 

E deixo aqui meu elogio às mães de legging e meu apoio às mães de moletom. Força, amigas. #tamujuntas

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