quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Dormir X Acordar

Vou escrever uma coisa que pode até soar estranho para os meus próprios ouvidos depois de uma vida de reclamações. Mas ultimamente dormir mal não tem mais sido um grande problema.

Por dormir mal leia-se: dormir tarde, acordar cedo, acordar várias vezes durante a noite, acordar com ronco, acordar com choro de bebê, acordar cedo para fazer ginástica, para ir ao médico. Dormir tarde esperando o marido chegar, ou para dar leite para a filha. Acordar de madrugada simplesmente para virar de um lado para o outro por causa da barriga gigante. Acordar no meio da noite para fazer xixi (várias vezes) ou por causa de um chutinho que você sentiu dentro da barriga. Acordar cedo para trabalhar no plantão. 

Acordar

Dormir

Essas palavras têm pesado bem menos na minha vida ultimamente e confesso que não estou entendendo porquê. Apenas comemorando. Não sei qual tipo de programação mental meu cérebro fez, mas por exemplo, esse texto está sendo escrito as 4:50 da manhã. Estou acordada desde as 2:30 e tenho q me levantar as 5 para fazer exame médico. 

E nada de grave aconteceu esta noite pra que eu perdesse o sono assim. 

Eu não sei até que ponto essa espécie de tranquilidade sonífera vai durar quando baby #2 chegar. Mas minha expectativa é que isso se prolongue por muito mais tempo. Assim eu sofreria menos pra cuidar das minhas pequenas e não perderia o ânimo pra ir treinar pela manhã. 

Mas não tenho como saber. Somente após a segunda semana de junho é que vou descobrir como será o sono de uma mãe de duas meninas pequenas e que quer ter fôlego pra correr. 

Como será esse amanhã, hein? 


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Gestante lesionada

Domingão de folga e eu super entusiasmada para aproveitar o dia fresco no interior para caminhar no parque. Até instagrei uma foto fofa do meu trote-gestante no parque e voltava animada para casa quando...

Meu pé começou a doer.

Era uma dor daquelas internas, que não parecem ser musculares. Fiquei revoltada na hora. "Não é possível. Eu estou andando na velocidade de uma tartaruga. Um pace ridículo de 12' por km! Estou grávida de 25 semanas. Estou LENTA. Eu não posso ter sofrido uma lesão agora."

LESÃO.

Só de pensar na palavra fico com raiva, fico assustada e aflita. Lembro da fratura por estresse, da dor na lombar, do tempo de molho, da angústia de não poder correr por meses...

Mas peraí. Eu não vou poder correr por meses. De qualquer jeito;


Quando esse pensamento veio, de repente me dei conta. Eu estou GRÁVIDA. Eu realmente não vou poder correr por meses.

Fiquei mais aliviada, confesso. Decidi passar uns dias sem caminhar na esteira. Talvez tente a bicicleta sentada, ou o transport, mas sempre com frequencímetro e apenas se me sentir confortável. Os exercícios na musculação eu consigo fazer porque não vou forçar a pisada em nenhum deles.

Mas é bom me lembrar disso de vez em quando: lesões existem. Previna-se sempre.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Corre, Princesa

É muito esquisito uma grávida de 6 meses com uma barriga gigante não parar de pensar na ideia de correr 21 km?

Pois é isso que tem acontecido comigo especialmente por causa desse fim de semana, quando vai acontecer uma prova das mais bacanas e só para mulheres num dos lugares mais legais do universo.

Esse é o fim de semana da Meia Maratona das Princesas da Disney. Milhares de princesas vão se reunir para percorrer 21 km nos parques da Disney, na Flórida. O percurso inclui trechos do Epcot e do Magic Kingdom, inclusive passando pelo Castelo da Cinderella.


Como no fim de semana da Maratona da Disney, esse aqui também é um evento grande que inclui outras corridas: a de 5 km para a família, a de 10 km Encantada e a Meia-Maratona das Princesas (21 km ). Além de, claro, o Desafio do Sapatinho de Cristal que é correr 10 km no sábado e os 21 km no domingo.

É muita corrida para pouca Disney.

Fiquei imaginando se eu conseguiria correr 21km. Pra mim essa distância é um desafio incrível porque te exige mais do que 3 treinos semanais e o que eu preciso (e gosto): disciplina.

Mas gente, são 21 km! É muita coisa. Será que eu conseguiria?

Princesas de todas as idades, paces e tamanhos
Vasculhando na internet achei muitos vídeos, relatos e fotos de mulheres que participam da Meia das Princesas. Nem todas são musas fitness. Na verdade, a maioria não é. Muitas são corredoras amadoras, estudam, trabalham, cuidam da casa, são mães, namoradas, solteiras, magras, gordinhas. Tem mulher de todo jeito que corre essa distância e especialmente essa prova. Uma das dicas mais legais que eu vi para a Meia das Princesas é a seguinte: não precisa acelerar seu pace - os 21 km vão continuar sendo 21 km se você correr devagar ou rápido. E além disso, a corrida é praticamente um passeio, é hora de curtir os parques, a música, e até mesmo os personagens que estão pelo caminho e que, se vc estiver disposta, pode parar para tirar fotos com eles. Então ficou a ideia de que correr 21 km é possível, principalmente se forem 21 km como esses.

E para alegrar a tarde dessa mulherada linda que se vira nos 30 para abraçar a vida e a corrida, que tal músicas de divas para inspirar?




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Powersong de Valentine's Day: powercouple Beyoncé & Jay-Z

Eu ia postar outra, mas fica aqui a dica de uma powersong que está na minha playlist e como hoje é Valentine's Day (Dia dos Namorados gringo) deixo aqui um casal mega-poderoso da música e "doido de amor".

Essa não é a minha favorita da Bey, e não uso ela necessariamente na hora do #paunogato. Mas ela quebra um galhão no ritmo intermediário e agora que eu também estou só caminhando ela vira uma powerwalksong.

E o casal B&J é invejável demais, né? Vamos combinar! Lindos, ricos, apaixonados, ótimos artistas.

Só tem uma ou outra coisinha no clipe que eu não curto tipo o shortinho com escarpim vermelho e a coreografia "baixando a santa sexy". Mas que a mulher tem um corpão, ela tem. E a música é de primeira.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Sentar e não dobrar... who cares???

Cravar que uma coisa está certa ou errada é uma ação audaciosa que pode gerar muita polêmica.

Mas na minha vida, na minha opinião, tem mensagens que eu considero certas para receber e assimilar. Agora que eu navego muito pelas redes sociais me atualizando sobre temas que envolvem corrida e vida saudável, todo dia me deparo com alguma mensagem que simplesmente me irrita.

Já falei aqui que detesto foto de comida no instagram. Tipo "hoje comi esse prato [horrível] de salada com frango ralado". Não que salada com frango ralado seja ruim de comer. Mas não é um prato bonito. Eu até posto foto de comida/bebida uma vez ou outra, mas procuro tirar a carga "light" com uma brincadeira ou postando a foto de alguma comida que eu realmente considere fotogênica.

Outra coisa que vem me irritando é essa obsessão pela barriga negativa. Gente, barriga é barriga. Ela existe, portanto, é positiva, +1, é um fato da vida. Aceitem. Por isso, cada vez que vejo essa foto distribuída por aí, ou eu reclamo, ou deixo de seguir essa pessoa. Hoje mesmo deixei de seguir mais uma que postou. Porque esse tipo de mensagem não me inspira, não me motiva, não me interessa.


Que missão, o quê? Missão é ser saudável e feliz, gente! Vamos parar com isso. Que coisa mais chata.

O desequilíbrio entre mensagens que EU considero positivas com as negativas é grande. Por isso, fiquei muito feliz quando, no instagram de uma gringa, li a seguinte frase que, essa sim, me motivou bastante:

Você sempre foi bonita. Agora você apenas está decidindo ser mais saudável, mais em forma, mais rápida e mais forte. Lembre-se disso.

É isso. Nossa barriga positiva e nossa auto-estima agradecem.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A corrida, a gravidez e um bate-papo de mães no consultório

A grávida não corre mas não abandona a corrida... pelo menos as conversas sobre ela.

Esses dias, no consultório da minha obstetra para uma consulta de rotina, engatei uma conversa com outra paciente cuja primeira filha nasceu há 5 meses.

Primeiro ela e a secretária estava num bate-papo animado sobre os primeiros meses da menina e sobre a gravidez dela, então fui gentilmente integrada à conversa com a referência: a Mary já é especialista, já está na segunda.

Conversa vai, conversa vem, a mulher me contou que teve uma gravidez complicada porque tomava muitas injeções anticoagulantes e ainda por cima tem diabetes. Seguiu fazendo seu histórico: passou 7 anos tentando engravidar. Fez dois tratamentos de fertilização in vitro que não deram certo e quando ela desistiu... a filha veio.

Comentei que não é a primeira vez que ouço uma história assim e ela continuou a me contar mais sobre ela. Adivinhem: é corredora. Saquem o relato.

Ela contou que passou todos esses anos tentando engravidar em vão. Aí, no último ano, começou a correr. Corria direto e intercalava o treino com natação. O organismo dela reagiu. A diabetes estava mais fácil de ser controlada, ela emagreceu e de repente: PLIM! A sementinha implantou.

Eu e ela concordamos na hora que a atividade física certamente preparou melhor o corpo dela para que ela se tornasse mãe, algo que nem as fertilizações in vitro estavam resolvendo.

Depois ainda rimos um pouco com os perrengues das mães corredoras. Ela quer voltar a correr logo, mas só vai começar depois dos 6 meses de amamentação, conforme a nossa médica pediu. Enquanto isso está caminhando e preparando o terreno com o marido para arranjar um horário para voltar a correr. Ela disse que estava com muitas dores nas pernas e que a volta aos exercícios no pós-parto está melhorando muito esse sintoma.

Mães que correm

Mas o que me deixou com uma inveja louca, foi ela lembrar com prazer que outro dia aumentou a velocidade da caminhada e trotou um pouco com um pace baixinho... e que se sentiu muuuuuito feliz.

As duas riram e eu comentei: é, a gente não consegue mais abandonar isso. E mostrei pra ela a revista O2 que eu tinha levado para ler no consultório.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Mamãe Fit x Mamãe Saudável

Quando engravidei pela segunda vez eu deixei bem claro pra mim que não queria ser uma gestante-fitness. Seguindo a indicação da minha médica (cada uma segue a sua), eu não deveria mais correr nem fazer exercícios pesados especialmente no primeiro trimestre e por isso parei a corrida, com um tico de sofrimento mas sabendo que a causa é nobre.

Mas depois que a baby #2 chegar eu pretendo voltar - de novo - aos poucos a uma rotina de atividades físicas que inclua a corrida, sem que isso prejudique a mim e à minha bebê ou à amamentação dela.

Voltar à forma depois do parto é muito difícil, penoso e muitas vezes a nova mãe fica muito chateada com a demora dos resultados. Mas eles acabam vindo, com uma certa dose de dedicação. É preciso superar a culpa de deixar a cria de lado para se cuidar, superar a falta de sono, de tempo e até mesmo a própria vontade de simplesmente ficar com o filho sem ter hora pra acabar.

Acho legal inspirar as mães a dedicarem um pouco de tempo a si mesmas e à saúde física. E tem muita gente na internet que faz isso. Mas também tem gente que, na minha opinião, exagera.

Qual é a sua desculpa?

Essa é a Maria Klang. Mãe de 3 filhos e que pergunta pra VOCÊ, MÃE: qual é a sua desculpa?

Aí eu pergunto: desculpa para quê, exatamente? Para não cuidar da saúde ou para não ter um corpo como o dela?

Essa foto causou muita polêmica e a Maria foi muito criticada quando lançou essa "campanha" (ela vende inclusive um calendário com essas fotos).

Como se vê, ela é bastante dedicada à boa forma. Ela explica no blog dela que já sofreu de distúrbios alimentares - bulimia - e que não é intenção dela levar as mulheres para esse caminho e sim estimular as pessoas a dar valor ao condicionamento físico. Disse que ficou chateada ao ser banida do Facebook por causa da polêmica e que não é uma fat-shamer, aquelas pessoas que caçoam dos outros porque estão fora de forma.

Fato é que existe uma linha tênue entre inspirar e humilhar e isso claro depende do receptor da mensagem. Até acho realmente que as intenções da Maria são boas, mas é preciso delicadeza para tratar com um determinado público especialmente nesse momento tão importante da vida da mulher que é a maternidade.

Outro ponto é a questão da saúde. Até que ponto a mulher deve ir em nome da forma física para "recuperar" o corpo após a gravidez? Se a gestante já era dedicada aos exercícios claro que é mais fácil. Mas não é o caso da maioria. Outra celebridade-fitness que eu sigo, também me deixou um pouco assustada quanto à mensagem que ela pode passar às seguidoras dela. É a Heidi Powell. Ela e o marido treinam obesos extremos num programa de TV dos EUA. E ela deu à luz recentemente. Entre algumas coisas que eu considerei um pouco assustadoras no comportamento dela estão:

- pular na cama elástica faltando poucos dias para a filha nascer

- fazer isso, apenas duas semanas após dar à luz

- correr a meia maratona da Disney (21km), apenas 2 meses após dar à luz

Eu entendo que esse é o lifestyle e o trabalho dela. Mas me pergunto: Essa mulher está amamentando? Porque até onde eu sei os médicos dizem que exercícios extremos no pós-parto fazem o ácido lático passar para o leite materno e o bebê acaba rejeitando o leite. Também digo que respeito a decisão de cada uma sobre a amamentação, mas esse é o tipo de mensagem que você deve ser cautelosa ao passar para as "puérperas".

Não sei se teve a ver, mas o fato é que 15 dias depois que a filha nesceu, ela passou mal e precisou fazer cirurgia por causa de pedras nos rins... dá pra acreditar?

Inspirar sim e sempre levando em conta o bom senso, eu acho válido. Agora, cobrar das outras, não. Caçoar então, jamais. É por essas e outras que algumas celebridades fitness me irritam, tipo Gabriela Pugliesi, A musa fitness do Instagram que faz piadas do tipo "boa noite pra você que jantou estrogonofe" com uma foto de barriga negativa e alegando que é apenas bem-humorada. É o que eu comentei antes sobre a diferença entre inspirar e humilhar. Daí eu digo, já pensou se a campanha #engravidapugli pega? Vai ser desse jeito que ela vai "inspirar" as gestantes?

Bom, cada uma é cada uma. Eu optei pelo caminho do meio: exercícios leves, mas frequentes e sem paranoia. Porque entre ser fitness e ser "apenas" saudável, eu fico com a segunda opção.



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